sexta-feira, 21 de maio de 2010

E desde então


Odeio o modo de como me comporto sem tua presença. Odeio quando esqueço de tudo que está ao redor quando estais por perto. Odeio os dias que passam que me fazem te querer mais. Odeio sentir saudades, porque faz doer.
Odeio saber que estais longe de mim e odeio o fato de saber que não consigo fazer nada a respeito.
Odeio ter que saber que está certo e odeio sempre ter que admitir que estou errada.
Odeio quando estou sozinha e o fato de todas as coisas me lembrarem você.
Odeio como as coisas estão. Odeio estar tão fraca, desde então.

quarta-feira, 19 de maio de 2010


Sonhei. Há muito tempo não sonhava..
- Caio F. Abreu

Segurava o telefone contra mim, olhando-o atentamente, concluíndo se o que iria acontecer seria certo ou errado. Sabia que nada justificaria se eu estivesse errada. Mas, e se eu estivesse certa? Mesmo se fosse por alguns segundos, se aquilo realmente fosse para acontecer e eu estivesse evitando? Eu sabia o que eu queria, o que eu queria estava por trás daquela ligação, era isso, somente isso. Mesmo estando longe, eu ainda sabia exatamente que era aquilo que eu queria.
O telefone começava a chamar, os pés contraiam-se com forma de amenizar o nervosismo, em vão. Tocava, tocava. Um som absurdamente irritante, um som que demorava para acabar. Enfim, a voz.
Sereno, tranquilo. Leves risadas e o doce som da voz acalmavam-me, me fazendo esquecer do porquê daquilo tudo, aqueles minutos pareciam não acabar, tornando aquilo tão duradouro que me fizera querer continuar aquela situação tão agradável. A sua presença estava tomando por completamente o interior do meu quarto, e mesmo se eu me sentinsse sozinha, eu sabia que você estaria por todo o lugar, dentro de mim.
Então, por um momento ouvia-se: "O que tu realmente quer?" aquela voz tranquila sumia, agora a voz era baixa e áspera.
Eu não estava pronta, ou queria acreditar que não estivesse. A minha boca se fechou por alguns segundos, desconfiada e amendrontada com o que eu estava prestes a dizer. Tomei fôlego, sabia que seria necessário. Apertei forte as mãos contra o peito, fechei os olhos. "Eu te amo, eu te quero."
Estava dito, estava penetrando e não havia mais nada a se dizer. O silêncio entre os dois foi por completo. A sua longa respiração ouvia-se pelo telefone. O que estivesse por vir, já estava me matando, mesmo sem ter proferido uma palavra.
As palavras seguintes foram absurdamente como um tiro, dado sem dó nem piedade. Fazendo sentir-me estúpida, fazendo a vida rir de mim. Depois de algum tempo o telefone desliga-se.
Uma música começa a passar na minha cabeça, e ela passou todos os dias, todos. Fazendo-me lembrar de cada detalhe que já havia acontecido. As vezes uma só lembrança é suficiente para que se veja tudo com nitidez, coisas simples podem te revelar exatamente onde você errou. Mas ainda busco forças, porque, para conquistar tudo aquilo que almeja é preciso ser paciente, é preciso saber esperar, mesmo que no final isso custe sofrer, a cada dia que passar.
E ainda por cima, esperar por uma nova ligação, que eu sei que não virá.

Restando-te


Sob o chão ficou tudo o que restou de você, entre meu olhar o que restou das lágrimas e a insistência de fechar calmamente os olhos colocando as mãos sobre eles.
Sob o chão ficou as marcas, vulneráveis e discretas, marcas indiferentes e assustadoras.
No término tudo parece estar morrendo, as teorias, os diálogos fogem de sua cabeça. Para onde elas vão?
Nisso, visto nesse momento inacomodável, você se pega sob os efeitos do cheiro dele, estando rendida ao gosto dele, estando presa a tudo que ligue a ele. Saudade.
Você se pega atirada, morrendo, perdendo-se de si mesma, uma luta entre o coração e a razão, onde o coração ganha de W.O.
Quando uma história acaba, a dor que se sente é proporcional à beleza do amor que se viveu. Em seguida as memórias insistem em voltar regularmente para você.
Mas é bem como pregam, comparando-se, o amor é curto o esquecimento é longo. Na tentiva do esquecimento, penetra-te a dor, encurvada sobre teus ombros, fazendo-lhe incapaz de respirar como antes, incapacitando-te de pensar como antes.
E tu terminas assim, com sobras de uma lembrança de algo que poderia ter acontecido.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Corria, e andava no escuro


Ela procurava por um coração solitário, mas quando o encontrou, o coração dele tinha parado, ela desmoronou..