quarta-feira, 17 de março de 2010

Descrever-nos


Eu escrevo para espantar meus medos, medos de campos de batalha. Uma guerra sem fim, entre mim e a verdade. Estar presa, agustiada, já não são as escapatórios para um novo sorriso. Escrevo para descrever-me e também para descrever-te. Escrevo para arrancar lágrimas, boas ou ruins. Escrevo para rir de mim. Escrevo para pôr vírgula aonde não tem, pauso a vida, pauso a fala, pauso os passos.
Tudo começa a escurecer naquela tarde fria de Outono... as folhas caindo sobre meu cabelo bagunçado. As lágrimas secando de volta para o fim, e o começo renasce do olhar.
Sou teu espelho, o teu ângulo, a dor e a saudade, sou quase tudo e quase nada. Sou a falta de palavra, sou o acréscimo de palavras..
O medo percorrendo o sangue de minhas veias, clamando o fim. Sou o fim do renascer, sou o começo de um fim. As noites perdidas e o dias conquistados, tudo perde-se com o tempo.
O ponto de uma entrada, o final de uma saída. Confusão entre palavras, e quase o racíocionio.
Certo e errado, tudo completa-se. Embaralhado de letras entre meu pensamento se desenrolando durante o nascer do sol, procurando a saída, procurando o vento para leva-las.

Um comentário: