segunda-feira, 22 de março de 2010

Carrego-te


Entre as ruas estão perdidos os sonhos, os sentimentos...
Tão otimistas, querendo encontra-los a qualquer instante das nossas vidas. Arduamente acreditamos, arduamente duvidamos, daqueles que ousam por um segundo dizer que não os encontraremos. Passa o tempo, a angustia e o querer.
Sim, não, porém, jamais. Encaixes perdidos que nos machucam, em alguma frase, em algum momento, em algum alguém.
Desejo dizer-te que jamais o deixerei. Desejo dizer-te sim, eu o amo. Desejo não dizer-te não o quero mais. Desejo não dizer-te porém, estamos longe.
Eu lutarei e bravamente estarei aqui nessa guerra onde o fim nunca chega. Bombas de amor sobre-carregam o céu, o deixando sem vida. Onde vozes enterram segredos na nossa pele, deixam cicatrizes eternas. Deixando um buraco em meu peito, sangrando, clamando a dor infinita, de palavras, do toque doce, e de lembranças assustadoras que insistem em se aproximar de mim.
Facilmente chorar, permitir que as lágrimas corram por volta do seu rosto, deixar os outros espectadores sentir a sua dor, eles não preveem o seu sentimento, a sua louca vontade de correr e ir embora, sua vontade de zerar totalmente a sua vida, sua vontade de dizer 'Olá, estou viva ainda, por um momento'.
Perdidos aqui, perdidos ali, sempre estaremos. Nunca nos acharemos.
Nem lá, nem cá.
Nunca demais, nunca jamais.
Acompanhamos os sentimentos e sonhos perdidos. Medrosos sonhos que se escondem, se escondem por baixo onde ninguém pode ver, onde ninguém irá pensar em procurar.
Ninguém quer encontrar, só querem dizer que sonham, mas não vivem para o sonho. Por isso, estaremos lá, na esquina abraçados com nossos infiéis sentimentos, os medrosos sonhos e com pessoas que não querem sonhar.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Descrever-nos


Eu escrevo para espantar meus medos, medos de campos de batalha. Uma guerra sem fim, entre mim e a verdade. Estar presa, agustiada, já não são as escapatórios para um novo sorriso. Escrevo para descrever-me e também para descrever-te. Escrevo para arrancar lágrimas, boas ou ruins. Escrevo para rir de mim. Escrevo para pôr vírgula aonde não tem, pauso a vida, pauso a fala, pauso os passos.
Tudo começa a escurecer naquela tarde fria de Outono... as folhas caindo sobre meu cabelo bagunçado. As lágrimas secando de volta para o fim, e o começo renasce do olhar.
Sou teu espelho, o teu ângulo, a dor e a saudade, sou quase tudo e quase nada. Sou a falta de palavra, sou o acréscimo de palavras..
O medo percorrendo o sangue de minhas veias, clamando o fim. Sou o fim do renascer, sou o começo de um fim. As noites perdidas e o dias conquistados, tudo perde-se com o tempo.
O ponto de uma entrada, o final de uma saída. Confusão entre palavras, e quase o racíocionio.
Certo e errado, tudo completa-se. Embaralhado de letras entre meu pensamento se desenrolando durante o nascer do sol, procurando a saída, procurando o vento para leva-las.

terça-feira, 16 de março de 2010

De você


A lonjura dos teus olhos me faz te procurar, as direções já não fazem sentido pra mim. Estar em desespero ao te procurar e saber que a distância contamina teu coração. Pressiono sua mão em meu peito, sentirás o palpitar. Me perdoa pelo teu beijo eu querer, pelo teu abraço eu gananciar, te sinto aqui, quero sempre sentir-me egoísta a respeito de você.

Deixe-me falar de amor, a respeito de nós dois, e o modo de como meus sonhos se encaixam nos teus. Perdoa pelas lágrimas perdidas, os poucos sorrisos na sua ausência, o modo errado ou envergonhado de como me comporto quando estás por perto. Obtenho forças ao pensar em ti.. isso é errado?

Em cada verso, em cada estrofe, e em cada linha em que apareça teu nome, prefiro estar em silêncio, compartilhar com a mim mesma a perfeita simetria da sua imagem em meu pensamento tão avoado. Convivo com meus pensamentos e sonhos a seu respeito, e que eles sobrevivam dentro de mim.